segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Jogo das Contas de Vidro (Das Glasperlenspiel)

"De repente, percebi que na linguagem ou pelo menos no espírito do Jogo das Contas de Vidro, tudo de fato era plenamente significativo, que cada símbolo e combinação de símbolos não levavam aqui ou ali, a determinados exemplos, a experimentos, a evidências, mas ao centro, ao mistério e ao íntimo do mundo, ao conhecimento primal. Cada transição do tom maior para o menor em uma sonata, cada transformação de um mito ou de um culto, cada formulação clássica, artística era — eu me dei conta no lampejo daquele instante, em verdadeira contemplação meditativa — nada além de um caminho imediato ao interior do mistério cósmico, onde, em alternância entre inspiração e expiração, entre céu e terra, entre Yin e Yang o sagrado eternamente se consuma."

Hermann Hesse


„Ich begriff plötzlich, daß in der Sprache oder doch mindestens im Geist des Glasperlenspiels tatsächlich alles allbedeutend sei, daß jedes Symbol und jede Kombination von Symbolen nicht hierhin oder dorthin, nicht zu einzelnen Beispielen, Experimenten und Beweisen führe, sondern ins Zentrum, ins Geheimnis und Innerste der Welt, in das Urwissen. Jeder Übergang von Dur zu Moll in einer Sonate, jede Wandlung eines Mythos oder eines Kultes, jede klassische, künstlerische Formulierung sei, so erkannte ich im Blitz jenes Augenblicks, bei echter meditativer Betrachtung, nichts andres als ein unmittelbarer Weg ins Innere des Weltgeheimnisses, wo im Hin und Wider zwischen Ein- und Ausatmen, zwischen Himmel und Erde, zwischen Yin und Yang sich ewig das Heilige vollzieht.“

Hermann Hesse

Das Glasperlenspiel. Berlim: Suhrkamp Taschenbuch Verlag (Edição digital - kindle), 2012. p. 172,  posição 1649.

Nenhum comentário:

Postar um comentário